PROJECTO TECNOLÓGICO - MIC

METODOLOGIA DO TRABALHO CIENTÍFICO

Elaborado pelo:

Professor: Maquesse barros

 

Para os estudantes do Curso Técnico da Escola do Luari/ ano 2020

 

OBS.: esse Manual foi elaborado no intuito minimizar os conteúdos temáticos da cadeira de PT, durante a pandemia do novo COVID19, surgiu a ideia de ministrar as aulas em online de forma a facilitar a interação em relação ao conteúdo de disciplina. Os estudantes não devem só limitar neste manual embora ter obedecido alguns critérios de investigação.

 

 

 

Índice

 

  1. Introdução. 2
  2. Definições. 3
  3. Critérios A Serem Observados Na Redação Científica. 4
  4. Etapas Da Pesquisa Científica. 5
  5. Pesquisa Bibliográfica. 7
  6. Sites Para Pesquisa Bibliográfica. 8
  7. Artigo Ou Monografia: Qual A Diferença?. 9
  8. Orientações Básicas Na Elaboração Do Artigo Científico. 9
  9. Conceituação E Características. 10
  10. Estrutura Do Artigo. 10
  11. Linguagem Do Artigo: 12
  12. Normas De Apresentação Gráfica Do Artigo. 14
  13. Tipos De Artigo Científico. 18
  14. Estrutura Do Trabalho Monográfico. 26
  15. Tipos De Monografia. 27
  16. Considerações Finais. 32

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

1.                INTRODUÇÃO

 

A padronização de trabalhos acadêmicos, desde há muito tempo, é motivo de atenção de muitas instituições de ensino superior e de suas bibliotecas, tanto no Brasil quanto no Exterior. Atualmente, a padronização de textos acadêmicos tem o objetivo de facilitar a inserção e a recuperação desta produção em sistemas de informação, bibliotecas e repositórios digitais, cada vez mais relevantes para compartilhar e dar acesso ao conhecimento gerado para além das fronteiras institucionais. Outro aspecto que merece destaque, é a importância da padronização para demonstrar o nível de organização e aderência acadêmica à identidade institucional.

Assim como no mundo empresarial, as marcas levam a imagem da empresa ao público consumidor, os trabalhos acadêmicos padronizados e aderentes às normas nacionais apresentam a instituição de forma organizada, comprometida com a qualidade do conhecimento produzido, favorecendo sua identificação e utilização pela comunidade científica e pela sociedade em geral.

Os itens de padronização foram baseados nas diferentes normas de documentação que tratam da apresentação de trabalhos acadêmicos, artigo em publicação periódica, referências, citações, sumário, resumos, numeração de seções, índice, entre outras.

 É importante ressaltar, que este Manual não substitui a consulta às normas e muito menos conteúdos investigados por vocês e tão pouco cedido pela Escola do Luari, mas procura facilitar o entendimento e a aplicação das mesmas em situações reais de elaboração de um trabalho acadêmico.

Por basear-se nas normas de documentação, o conteúdo do Manual está sujeito às mudanças, decorrentes da atualização das próprias normas. Por outro lado, o uso pela comunidade acadêmica é uma importante fonte para que acréscimos, detalhamentos e ajustes possam ser efetuados.

 

 

2.                DEFINIÇÕES

 

Seguem-se abaixo definições já vista durante algumas aulas em online:

Monografia: trabalho que apresenta o resultado de estudo, devendo expressar conhecimento do assunto escolhido, e originado de curso de graduação ou pós-graduação lato Manual para apresentação de trabalhos acadêmicos. É elaborado sob a supervisão de um orientador para obtenção do título de bacharel ou licenciado (graduação) e especialista (pós-graduação lato sensu).

 Dissertação: Documento que apresenta o resultado de um trabalho experimental ou exposição de um estudo científico retrospectivo, de tema único e bem delimitado em sua extensão, com o objetivo de reunir, analisar e interpretar informações. Deve evidenciar o conhecimento de literatura existente sobre o assunto e a capacidade de sistematização do candidato. É feito sob a coordenação de um orientador (doutor), visando a obtenção do título de mestre; 

Tese: documento que apresenta o resultado de um trabalho experimental ou exposição de um estudo científico de tema único e bem delimitado. É elaborado com base em investigação original, constituindo-se em real contribuição para a especialidade em questão. É elaborado sob a supervisão de um orientador e visa à obtenção do título de doutor.

Trabalho de conclusão de curso de graduação, trabalho de graduação interdisciplinar, trabalho de conclusão de curso de especialização e/ou aperfeiçoamento: documento que apresenta o resultado de estudo, devendo expressar conhecimento do assunto escolhido, que deve ser obrigatoriamente emanado da disciplina, módulo, estudo independente, curso, programa, e outros ministrados. Deve ser feito sob a coordenação de um orientador.

Artigo Científico: documento com autoria declarada, que apresenta e discute ideias, métodos, técnicas, processos e resultados de estudo realizado em uma determinada área do conhecimento.

Curso: termo utilizado para designar atividades acadêmicas de graduação e pós-graduação lato sensu.

Programa: termo utilizado para designar as atividades acadêmicas de pós-graduação stricto sensu.

Projeto de Pesquisa: documento onde consta o planejamento da pesquisa, antes que ela seja executada. Visa informar o que se pretende estudar, as hipóteses básicas que deverão orientar a investigação, a metodologia escolhida, a natureza das informações a serem coletadas, as fontes de consulta disponíveis ou pesquisa de campo que terão de ser desenvolvidas, as pessoas que participaram do trabalho, o cronograma de execução previsto e a estimativa de recursos necessários. (MUNHOZ, 1989, p. 66).

3.                CRITÉRIOS A SEREM OBSERVADOS NA REDAÇÃO CIENTÍFICA

 

“Escrever é fácil. Você começa com uma maiúscula e termina com um ponto final. No meio, coloca ideias”.

Pablo Neruda

 

  1. Estrutura: conjunto articulado das partes, determinando a função do todo.
  2. Conteúdo: depende da leitura de bons artigos científicos e livros relacionados ao tema.
  3. Forma: significa expressar-se bem, requerendo muita leitura.

-   Simplicidade:   uso   de   termos   simples.   A simplicidade significa clareza de pensamento.

- Clareza: regra básica, pois o autor escreve para os outros. Informar, explicar e descrever determinado assunto de forma interessante e atraente.

- Precisão: emprego de palavras ou expressões adequadas, usando termos apropriados, que definam com rigor as ideias. Evitar termos de sentido dúbio.

-  Concisão:  refere-se à exposição das ideias em poucas palavras. O autor precisa ser objetivo e não prolixo. Precisão, brevidade e exatidão são características de um trabalho conciso.

- Imparcialidade: o julgamento do autor deve ser exato e justo. Pressupostos e generalizações devem basear-se em evidências suficientes.

- Originalidade: na forma da exposição do trabalho e também no conteúdo. Ideias diferentes das já conhecidas. Caráter próprio, individual, ou seja, inédito.

- Objetividade: aborda o que é válido, prático, estritamente adequado às circunstâncias, evitando divagações.

- Ordem: a informação e as ideias devem ser compreensíveis e apresentadas em ordem lógica.

- Harmonia: significa disposição bem coordenada entre as partes de um todo.

- Acuidade: refere-se à capacidade de discriminação. Implica observações cuidadosas, medidas e verificadas.

- Equilíbrio: apresentando senso de proporções.

- Coerência: ajustamento no emprego dos termos.

- Controle: obediência e rigor na organização.

- Interesse: despertando a atenção e o agrado.

- Persuasão: visando convencer sobre o assunto exposto.

- Unidade: uniformidade na disposição do assunto.

  1. Adequação: correspondência ao tema proposto.

4.                ETAPAS DA PESQUISA CIENTÍFICA

A pesquisa científica envolve um procedimento crítico e reflexivo para investigação de respostas para problemas. O planejamento e a execução de uma pesquisa fazem parte de um processo sistematizado que compreende as seguintes etapas (GIL, 1999; LAKATOS e MARCONI, 2000; CERVO et al., 2007):

1) escolha do tema: O que vou pesquisar? Deve ser uma linha de pesquisa, uma área de interesse, assunto que se deseja testar ou desenvolver. Necessita verificar se a originalidade não é um pré-requisito. Deve-se levar em conta sua atualidade e relevância, seu conhecimento a respeito, sua preferência e aptidão pessoal;

2)  revisão  de  literatura:  Quem  já  pesquisou algo  semelhante?  Refere-se  a  pesquisa  bibliográfica ou levantamento bibliográfico para busca de trabalhos semelhantes ou idênticos, pesquisas e publicações na área, ou ainda para verificar se há lacunas sobre o tema. Esta é uma etapa fundamental, pois fornecerá elementos para se evitar a duplicação de pesquisas sobre o mesmo enfoque do tema. Favorecerá ainda definição de contornos mais precisos do problema a ser estudado;

3) justificativa: Por que estudar esse tema? O tema é relevante? Se sim, por quê? Quais vantagens e benefícios você pressupõe que sua pesquisa irá proporcionar? A justificativa deverá convencer o leitor com relação à importância e à relevância da pesquisa proposta;

4) formulação do problema: Que perguntas estou disposto a responder? É necessário definir claramente o  problema  de  pesquisa  e  delimitá-lo  em  termo  de tempo e espaço. Necessita discernimento para refletir se é realmente um problema e se vale a pena tentar encontrar uma solução para ele. Neste sentido, uma boa pesquisa científica depende da formulação adequada do problema, em virtude desta etapa proporcionar clareza ao pesquisador com relação às ferramentas para buscar sua solução;

5) definição dos objetivos: Onde você quer chegar? Deve ser sintetizado aqui o que se pretende alcançar com  a  pesquisa.  Os  objetivos  devem  estar  coerentes com a justificativa e o problema proposto. O objetivo geral será a síntese do que se pretende alcançar, e os objetivos específicos explicitarão  os  detalhes  e  serão um desdobramento do objetivo geral. Em pesquisas quantitativas os objetivos específicos serão os testes de hipóteses. Os enunciados devem começar com um verbo no infinitivo e este verbo deve indicar uma ação passível de mensuração.

Alguns exemplos:

- de conhecimento: apontar, arrolar, definir, enunciar, inscrever, registrar, relatar, repetir, nomear;

- de compreensão: descrever, discutir, esclarecer, examinar, explicar, expressar, identificar, localizar, traduzir, transcrever;

- de aplicação: aplicar, demonstrar, empregar, ilustrar, interpretar, inventariar, manipular, praticar, traçar, usar;

- de análise: analisar, classificar, comparar, constatar, criticar, debater, diferenciar, distinguir, examinar, provar, investigar, experimentar;

- de síntese: reunir, articular, compor, constituir, organizar, esquematizar;

- de avaliação: avaliar, estimar, apreciar, eliminar, escolher, selecionar, validar;

6) metodologia:  etapa fundamental em que será definida como será realizada a pesquisa: o tipo de pesquisa e de estudo, a população (universo da pesquisa), a amostragem, os instrumentos de coleta de dados e a forma de análise dos dados. Precisa definir com clareza as seguintes questões: Como? Quem? Quando? e Onde?

7) coleta de dados: refere-se a pesquisa de campo propriamente dita. Para obter sucesso, duas qualidades são essenciais: persistência e paciência! Nesta etapa precisa definir: como será o processo de coleta de dados? Por quem? Quando? e Onde? A maioria destas questões já foi definida na metodologia.

8) tabulação de dados: quais recursos   serão utilizados para organizar os dados obtidos na pesquisa? Discussão qualitativa, estatística descritiva, analítica, índices, tabelas, quadros, gráficos, etc.

9) análise e discussão dos resultados: como os dados coletados serão analisados e discutidos comparativamente? A análise deve ser feita para atender aos objetivos definidos e para comparar e confrontar os dados encontrados para confirmar ou rejeitar a(s) hipótese(s) ou os pressupostos da pesquisa.

10) conclusão da análise dos resultados: etapa para  sintetizar  os  resultados  obtidos  com  a  pesquisa e explicitar se os objetivos foram atingidos, se a(s) hipótese(s)  ou  os  pressupostos  foram  confirmados ou rejeitados. Deverá também ressaltar a contribuição da sua pesquisa para o meio acadêmico, indicar limitações e as reconsiderações.

11) redação e apresentação da pesquisa científica: fase final em que se deve redigir relatório de pesquisa (monografia, dissertação, tese ou artigo científico) segundo normas pré-estabelecidas.

5.                PESQUISA BIBLIOGRÁFICA

A pesquisa bibliográfica é uma etapa essencial para todo trabalho científico. Esta etapa influenciará todas as outras etapas da pesquisa científica, à medida em que produzir o embasamento teórico para o trabalho científico. A pesquisa bibliográfica consiste no levantamento, seleção e arquivamento de informações relacionadas à pesquisa. É imprescindível, portanto, antes de todo e qualquer trabalho científico, fazer uma pesquisa bibliográfica exaustiva sobre o tema em questão, e nunca iniciar a coleta dos dados antes de realizar a revisão de literatura.

Ela possui os seguintes objetivos:

 1) Fazer um histórico sobre o tema;

 2) Atualizar-se sobre o tema escolhido;

3) Encontrar respostas aos problemas formulados;

4) Levantar contradições sobre o tema;

 5) Evitar repetição de trabalhos já realizados;

6) Comparar os resultados de sua pesquisa com outras já realizadas (LAKATOS e MARCONI, 2000; CERVO et al.,2007).

A pesquisa bibliográfica ou levantamento bibliográfico consiste basicamente em uma pesquisa no acervo de bibliotecas  virtuais  ou  diferentes  bases  de  dados  de fontes bibliografias sobre um determinado assunto ou autor, segundo as especificações definidas pelo próprio solicitante  (palavras-chave,  idiomas,  tipo  de  material, ano de publicação, etc). O levantamento bibliográfico é, portanto, uma importante etapa da investigação científica (ANDRADE, 2006; CERVO et al., 2007).

1.                 SITES PARA PESQUISA BIBLIOGRÁFICA

- Scielo: <www.scielo.br>. Acesso em: 31 jan. 2014. (269 periódicos em setembro/2011).

- Scielo Org: <www.scielo.org>. Acesso em: 31 jan.

  1. (888 periódicos em setembro/2011).

- Bireme (Biblioteca Virtual em Saúde): <www.bireme. br>. Acesso em: 31 jan.2014.

- Portal CAPES: <www.periodicos.capes.gov.br>. Acesso em: 31 jan. 2014. (mais de 29 mil periódicos em setembro/2011)

- Pubmed: <www.pubmed.gov> (mais de 20 milhões de registros em setembro/2011). Acesso em: 31 jan. 2014.

- Google acadêmico: https://scholar.google.com.br/

 

6.                ARTIGO OU MONOGRAFIA: QUAL A DIFERENÇA?

 

Em primeiro lugar é importante esclarecer que tanto Artigo como Monografia são TRABALHOS MONOGRÁFICOS. O que muda então? Quando usar um ou outro termo? Essas são perguntas frequentes entre os acadêmicos.

 TRABALHO MONOGRÁFICO, aceito simplesmente com o nome de MONOGRAFIA, nada mais é que um documento escrito (graphein, gr.) que apresenta resultados de uma pesquisa sistemática e completa que versa de forma bastante limitada sobre um único tema (monos, gr.), um recorte da realidade global, uma delimitação de campo.

TIPOS DE MONOGRAFIA 

O TABALHO MONOGRÁFICO, conforme os objetivos a que se destina, recebe determinados nomes e formatos:

  • TCC para conclusão de cursos de graduação,
  • MONOGRAFIA para cursos de especialização em pós-graduação lato sensu,
  • DISSERTAÇÃO para cursos de pós graduação stricto sensu em mestrado.
  • TESE para cursos de pós-graduação stricto sensu de doutoramento.

Em todos esses casos, o objetivo básico é a apresentação dos resultados para uma banca examinadora ou julgadora, na maioria das vezes para aprovação ou conclusão de um curso acadêmico.

 ARTIGO

 Mas o TRABALHO MONOGRÁFICO também pode ser apresentado de forma sintética e objetiva no formato de ARTIGO, que normalmente deve se destinar à publicação em órgãos ou revistas especializadas em determinado assunto, independentemente do grau acadêmico envolvido, e até mesmo de ser o resultado de um desenvolvimento acadêmico. Pode ser, por exemplo, o resultado de uma pesquisa independente.

 Percebe-se facilmente que ARTIGO é um TRABALHO MONOGRÁFICO com características e objetivos próprios. Enquanto o TRABALHO MONOGRAFICO amplo obedece a critérios normalmente amparados na ABNT (no Brasil), no ARTIGO é importante saber quais os critérios de formatação aceitos pelo órgão de divulgação ao qual se destina.

 Engana-se quem acha que desenvolver um ARTIGO é mais fácil que desenvolver uma MONOGRAFIA. Ambos dão o mesmo trabalho. Julgo mesmo que o ARTIGO é até mais trabalhoso, pois que sua conclusão parte praticamente de uma monografia até chegar no formato ideal para um ARTIGO.

 

7.                ORIENTAÇÕES BÁSICAS NA ELABORAÇÃO DO ARTIGO CIENTÍFICO

 

 

1.                 CONCEITUAÇÃO E CARACTERÍSTICAS

 

O artigo é a apresentação sintética, em forma de relatório escrito, dos resultados de investigações ou estudos realizados a respeito de uma questão.  O objetivo fundamental de um artigo é o de ser um meio rápido e sucinto de divulgar e tornar conhecidos, através de sua publicação em periódicos especializados, a dúvida investigada, o referencial teórico utilizado (as teorias que serviam de base para orientar a pesquisa), a metodologia empregada, os resultados alcançados e as principais dificuldades encontradas no processo de investigação ou na análise de uma questão.  Assim, os problemas abordados nos artigos podem ser os mais diversos: podem fazer parte quer de questões que historicamente são polemizadas, quer de problemas teóricos ou práticos novos.

 

2.                 ESTRUTURA DO ARTIGO

 

O artigo possui a seguinte estrutura:

1.Título

  1. Autor (es)
  2. Epígrafe (facultativa)
  3. Resumo e Abstract
  4. Palavras-chave;
  5. Conteúdo (Introdução, desenvolvimento textual e conclusão),
  6. Referências.

 

1- TÍTULO

            Deve compreender os conceitos-chave que o tema encerra.

 

 

 

 

 

2- AUTOR (ES):

O autor do artigo deve vir indicado do centro para a margem direita. Caso haja mais de um autor, os mesmos deverão vir em ordem alfabética, ou se houver titulações diferentes deverão seguir a ordem da maior para a menor titulação. Os dados da titulação de cada um serão indicados em nota de rodapé através de numeração ordinal.

 

3- EPÍGRAFE

É  um elemento facultativo, que expressa um pensamento referente ao conteúdo central do artigo.

 

4-  RESUMO e ABSTRACT

Texto, com uma quantidade predeterminada de palavras, onde se expõe o objetivo do artigo, a metodologia utilizada para solucionar o problema e os resultados alcançados.  O Abstract é o resumo traduzido para o inglês, sendo que alguns periódicos aceitam a tradução em outra língua.

 

5- PALAVRAS-CHAVE:

São palavras características do tema  que servem para indexar o artigo, até 6  palavras.

 

6- CORPO DO ARTIGO:

 

INTRODUÇÃO:

 

O objetivo da Introdução é situar o leitor no contexto do tema pesquisado, oferecendo uma visão global do estudo realizado, esclarecendo as delimitações estabelecidas na abordagem do assunto, os objetivos e as justificativas que levaram o autor a tal investigação para, em seguida, apontar as questões de pesquisa para as quais buscará as respostas. Deve-se, ainda, destacar a Metodologia utilizada no trabalho. Em suma: apresenta e delimita a dúvida investigada (problema de estudo - o quê), os objetivos (para que serviu o estudo) e a metodologia utilizada no estudo (como).

 

DESENVOLVIMENTO E DEMONSTRAÇÃO DOS RESULTADOS:

 

 Nesta parte do artigo, o autor deve fazer uma exposição e uma discussão das teorias que foram utilizadas para entender e esclarecer o problema, apresentando-as e relacionando-as com a dúvida investigada; apresentar as demonstrações dos argumentos teóricos e/ ou de resultados que as sustentam com base dos dados coletados.

Neste aspecto, ao constar uma Revisão de Literatura, o objetivo é de desenvolver a respeito das contribuições teóricas a respeito do assunto abordado.

O corpo do artigo pode ser dividido em itens necessários que possam desenvolver a pesquisa. É importante expor os argumentos de forma explicativa ou demonstrativa, através de proposições desenvolvidas na pesquisa, onde o autor demonstra, assim, ter conhecimento da literatura básica,  do assunto, onde é necessário  analisar as informações publicadas sobre o tema até o momento da redação final do trabalho, demonstrando teoricamente o objeto de seu estudo e a necessidade ou oportunidade da pesquisa que realizou.

Quando o artigo inclui a pesquisa descritiva apresentam-se os resultados desenvolvidos na coleta dos dados através das entrevistas, observações, questionários, entre outras técnicas.

 

CONCLUSÃO

 

Após a análise e discussões dos resultados, são apresentadas as conclusões e as descobertas do texto, evidenciando com clareza e objetividade as deduções extraídas dos resultados obtidos ou apontadas ao longo da discussão do assunto. Neste momento são relacionadas às diversas ideias desenvolvidas ao longo do trabalho, num processo de síntese dos principais resultados, com os comentários do autor e as contribuições trazidas pela pesquisa.

Cabe, ainda, lembrar que a conclusão é um fechamento do trabalho estudado, respondendo às hipóteses enunciadas e aos objetivos do estudo, apresentados na Introdução, onde não se permite que nesta seção sejam incluídos dados novos, que já não tenham sido apresentados anteriormente.

 

7- REFERÊNCIAS:

 

Referências são um conjunto de elementos que permitem a identificação, no todo ou em parte, de documentos impressos ou registrados em diferentes tipos de materiais. As publicações devem ter sido mencionadas no texto do trabalho e devem obedecer as Normas da ABNT 6023/2000. Trata-se de uma listagem dos livros, artigos e outros elementos de autores efetivamente utilizados e referenciados ao longo do artigo.

 

3.                 LINGUAGEM DO ARTIGO:

 

Tendo em vista que o artigo se caracteriza por ser um trabalho extremamente sucinto, exige-se que tenha algumas qualidades: linguagem correta e precisa, coerência na argumentação, clareza na exposição das ideias, objetividade, concisão e fidelidade às fontes citadas. Para que essas qualidades se manifestem é necessário, principalmente, que o autor tenha um certo conhecimento a respeito do que está escrevendo.

Quanto à linguagem científica é importante que sejam analisados os seguintes procedimentos no artigo científico:

 

- Impessoalidade: redigir o trabalho na 3ª pessoa do singular;

- Objetividade: a linguagem objetiva deve afastar as expressões: “eu penso”, “eu acho”, “parece-me” que dão margem a interpretações simplórias e sem valor científico;

- Estilo científico: a linguagem científica é informativa, de ordem racional, firmada em dados concretos, onde pode-se apresentar argumentos de ordem subjetiva, porém dentro de um ponto de vista científico;

- Vocabulário técnico: a linguagem científica serve-se do vocabulário comum, utilizado com clareza e precisão, mas cada ramo da ciência possui uma terminologia técnica própria que deve ser observada;

- A correção gramatical é indispensável, onde se deve procurar relatar a pesquisa com frases curtas, evitando muitas orações subordinadas, intercaladas com parênteses, num único período. O uso de parágrafos deve ser dosado na medida necessária para articular o raciocínio: toda vez que se dá um passo a mais no desenvolvimento do raciocínio, muda-se o parágrafo.

- Os recursos ilustrativos como gráficos estatísticos, desenhos, tabelas são considerados como figuras e devem ser criteriosamente distribuídos no texto, tendo suas fontes citadas em notas de rodapé. (PÁDUA, 1996, p. 82). 

 

Para a redação ser bem concisa e clara, não se deve seguir o ritmo comum do nosso pensamento, que geralmente se baseia na associação livre de ideias e imagens. Assim, ao explanar as ideias de modo coerente, se fazem necessários cortes e adições de palavras ou frases. A estrutura da redação assemelha-se a um esqueleto, constituído de vértebras interligadas entre si. O parágrafo é a unidade que se desenvolve uma ideia central que se encontra ligada às ideias secundárias devido ao mesmo sentido. Deste modo,  quando se muda de assunto, muda-se de parágrafo.

Um parágrafo segue a mesma circularidade lógica de toda a redação: introdução, desenvolvimento e conclusão. Convém iniciar cada parágrafo através do tópico frasal (oração principal), onde se expressa a ideia predominante. Por sua vez, esta é desdobrada pelas ideias secundárias; todavia, no final, ela deve aparecer mais uma vez. Assim, o que caracteriza um parágrafo é a unidade (uma só ideia principal), a coerência (articulação entre as ideias) e a ênfase (volta à ideia principal).

A condição primeira e indispensável de uma boa redação científica é a clareza e a precisão das ideias. Saber-se-á como expressar adequadamente um pensamento, se for claro o que se desejar manifestar. O autor, antes de iniciar a redação, precisa ter assimilado o assunto em todas as suas dimensões, no seu todo como em cada uma de suas partes, pois ela é sempre uma etapa posterior ao processo criador de ideias.

 

4.                 NORMAS DE APRESENTAÇÃO GRÁFICA DO ARTIGO

 

PAPEL, FORMATO E IMPRESSÃO

De acordo com a ABNT “o projeto gráfico é de responsabilidade do autor do trabalho”. (ABNT, 2002, p. 5, grifo nosso).

Segundo a NBR 14724, o texto deve ser digitado no anverso da folha, utilizando-se papel de boa qualidade, formato A4, formato A4 (210 x 297 mm), e impresso na cor preta, com exceção das ilustrações.

Utiliza-se a fonte tamanho 12 para o texto; e menor para as citações longas, notas de rodapé, paginação e legendas das ilustrações e tabelas. Não se deve usar, para efeito de alinhamento, barras ou outros sinais, na margem lateral do texto.

 

MARGENS

 

As margens são formadas pela distribuição do próprio texto, no modo justificado, dentro dos limites padronizados, de modo que a margem direita fique reta no sentido vertical, com as seguintes medidas:

Superior: 3,0 cm. da borda superior da folha

Esquerda: 3,0 cm da borda esquerda da folha.

Direita: 2,0 cm. da borda direita da folha;

Inferior: 2,0 cm. da borda inferior da folha.

 

 

 

 

PAGINAÇÃO

A numeração deve ser colocada no canto superior direito, a 2 cm. da borda do papel com algarismos arábicos e tamanho da fonte menor, sendo que na primeira página não leva número, mas é contada.

 

ESPAÇAMENTO

O espaçamento entre as linhas é de 1,5 cm. As notas de rodapé, o resumo, as referências, as legendas de ilustrações e tabelas, as citações textuais de mais de três linhas devem ser digitadas em espaço simples de entrelinhas.

As referências listadas no final do trabalho devem ser separadas entre si por um espaço duplo. Contudo, a nota explicativa apresentada na folha de rosto, na folha de aprovação, sobre a natureza, o objetivo, nome da instituição a que é submetido e a área de concentração do trabalho deve ser alinhada do meio da margem para a direita.

 

DIVISÃO DO TEXTO

Na numeração das seções devem ser utilizados algarismos arábicos.  O indicativo de uma seção secundária é constituído pelo indicativo da seção primária a que pertence, seguido do número que lhe foi atribuído na sequência do assunto, com um ponto de separação: 1.1; 1.2...

 

Aos Títulos das seções primárias recomenda-se:

  1. a) seus títulos sejam grafados em caixa alta, com fonte 12, precedido do indicativo numérico correspondente;
  2. b) nas seções secundárias, os títulos sejam grafados em caixa alta e em negrito, com fonte 12, precedido do indicativo numérico correspondente;
  3. c) nas seções terciárias e quaternárias, utilizar somente a inicial maiúscula do título, com fonte 12, precedido do indicativo numérico correspondente.

Recomenda-se, pois que todos os títulos destas seções sejam destacados em

 

NEGRITO.

É importante lembrar que é necessário limitar-se o número de seção ou capítulo em, no máximo até cinco vezes; se houver necessidade de mais subdivisões, estas devem ser feitas por meio de alíneas.

Os termos em outros idiomas devem constar em itálico, sem aspas. Exemplos: a priori, on-line, savoir-faires, know-how, apud, et alii, idem, ibidem, op. cit. Para dar destaque a termos ou expressões deve ser utilizado o itálico. Evitar o uso excessivo de aspas que “poluem” visualmente o texto;

 

ALÍNEAS

De acordo com Müller, Cornelsen (2003, p. 21), as alíneas são utilizadas no texto quando necessário, obedecendo a seguinte disposição:

  1. a) no trecho final da sessão correspondente, anterior às alíneas, termina por dois pontos;
  2. b) as alíneas são ordenadas por letras minúsculas seguidas de parênteses;
  3. c) a matéria da alínea começa por letra minúscula e termina por ponto e vírgula; e na última alínea, termina por ponto;
  4. d) a segunda linha e as seguintes da matéria da alínea começam sob a primeira linha do texto da própria alínea.

 

ILUSTRAÇÕES E TABELAS

As ilustrações compreendem quadros, gráficos, desenhos, mapas e fotografias, lâminas, quadros, plantas, retratos, organogramas, fluxogramas, esquemas ou outros elementos autônomos e demonstrativos de síntese necessárias à complementação e melhor visualização do texto.  Devem aparecer sempre que possível na própria folha onde está inserido o texto, porém, caso não seja possível, apresentar a ilustração na própria página.

Quanto às tabelas, elas constituem uma forma adequada para apresentar dados numéricos, principalmente quando compreendem valores comparativos.

Consequentemente, devem ser preparadas de maneira que o leitor possa entendê-las sem que seja necessária a recorrência no texto, da mesma forma que o texto deve prescindir das tabelas para sua compreensão.

Recomenda-se, pois, seguir, as normas do IBGE:

  1. a) a tabela possui seu número independente e consecutivo;
  2. b) o título da tabela deve ser o mais completo possível dando indicações claras e precisas a respeito do conteúdo;
  3. c) o título deve figurar acima da tabela, precedido da palavra Tabela e de seu número de ordem no texto, em algarismo arábicos;
  4. d) devem ser inseridas mais próximas possível ao texto onde foram mencionadas;
  5. e) a indicação da fonte, responsável pelo fornecimento de dados utilizados na construção de uma tabela, deve ser sempre indicada no rodapé da mesma, precedida da palavra Fonte: após o fio de fechamento;
  6. f) notas eventuais e referentes aos dados da tabela devem ser colocadas também no rodapé da mesma, após o fio do fechamento;
  7. g) fios horizontais e verticais devem ser utilizados para separar os títulos das colunas nos cabeçalhos das tabelas, em fios horizontais para fechá-las na parte inferior. Nenhum tipo e fio devem ser utilizados para separar as colunas ou as linhas;
  8. h) no caso de tabelas grandes e que não caibam em um só folha, deve-se dar continuidade a mesma na folha seguinte; nesse caso, o fio horizontal de fechamento deve ser colocado apenas no final da tabela, ou seja, na folha seguinte. Nesta folha também são repetidos os títulos e o cabeçalho da tabela.

 

CITAÇÕES

Citação Direta

As citações podem ser feitas na forma direta ou na indireta. Na forma direta devem ser transcritas entre aspas, quando ocuparem até três linhas impressas, onde devem constar o autor, a data e a página, conforme o exemplo: “A ciência, enquanto conteúdo de conhecimentos, só se processa como resultado da articulação do lógico com o real, da teoria com a realidade”.(SEVERINO, 2002, p. 30).

As citações de mais de um autor serão feitas com a indicação do sobrenome dos dois autores separados pelo símbolo &, conforme o exemplo: Siqueland & Delucia (1990, p. 30) afirmam que “o método da solução dos problemas na avaliação ensino- aprendizagem apontam para um desenvolvimento cognitivo na criança”.

Quando a citação ultrapassar três linhas, deve ser separada com um recuo de parágrafo de 4,0 cm, em espaço simples no texto, com fonte menor:

Severino (2002, p. 185) entende que:

 

A argumentação, ou seja, a operação com argumentos, apresentados com objetivo de comprovar uma tese, funda-se na evidência racional e na evidência dos fatos. A evidência racional, por sua vez, justifica-se pelos princípios da lógica. Não se podem buscar fundamentos mais primitivos. A evidência é a certeza manifesta imposta pela força dos modos de atuação da própria razão.

 

No caso da citação direta, deve-se  comentar o texto do autor citado, e nunca concluir uma parte do texto com uma citação.

No momento da citação, transcreve-se fielmente o texto tal como ele se apresenta, e quando for usado o negrito para uma palavra ou frase para chamar atenção na parte citada usar a expressão em entre parênteses (grifo nosso). Caso o destaque já faça parte do texto citado usar a expressão entre parênteses: (grifo do autor).

 

 

Citação Indireta

A citação indireta, denominada de conceitual, reproduz ideias da fonte consultada, sem, no entanto, transcrever o texto. É “uma transcrição livre do texto do autor consultado” (ABNT, 2001, p. 2). Esse tipo de citação pode ser apresentado por meio de paráfrase quando alguém expressa a ideia de um dado autor ou de uma determinada fonte A paráfrase, quando fiel à fonte, é geralmente preferível a uma longa citação textual, mas deve, porém, ser feita de forma que fique bem clara a autoria.

 

Citação de citação

A citação de citação deve ser indicada pelo sobrenome do autor  seguido da expressão latina apud (junto a) e do sobrenome da obra consultada, em minúsculas, conforme o exemplo Freire apud Saviani (1998, p. 30).

 

Notas de Rodapé

As notas de rodapé destinam-se a prestar esclarecimentos, tecer considerações, que não devem ser incluídas no texto, para não interromper a sequência lógica da leitura. Referem-se aos comentários e/ou observações pessoais do autor e são utilizadas para indicar dados relativos à comunicação pessoal.

As notas são reduzidas ao mínimo e situar em local tão próximo quanto possível ao texto. Para fazer a chamada das notas de rodapé, usam-se os algarismos arábicos, na entrelinha superior sem parênteses, com numeração progressiva nas folhas. São digitadas em espaço simples em tamanho 10.  Exemplo de uma nota explicativa: A hipótese, também, não deve se basear em valores morais. Algumas hipóteses lançam adjetivos duvidosos, como bom, mau, prejudicial, maior, menor, os quais não sustentam sua base científica. [1]

 

5.                 TIPOS DE ARTIGO CIENTÍFICO

 

Artigo

O artigo científico consiste na apresentação sintética dos resultados de pesquisas ou estudos realizados a respeito de uma questão; contém ideias novas ou abordagens que complementam estudos já feitos, observando a sua apresentação em tamanho reduzido, o que o limita de se constituir em matéria para dissertação, tese ou livro.

Os artigos são publicados em revistas ou em periódicos especializados e formam a seção principal deles. O periódico é considerado a fonte primária mais relevante para a comunidade científica. Por intermédio do periódico científico, a pesquisa é formalizada, o conhecimento torna-se público e promovemos a comunicação entre os cientistas.

Comparado ao livro, é um canal ágil, rápido na disseminação de novos conhecimentos. Concluído um trabalho de pesquisa – documental, bibliográfico ou de campo –, para que os resultados sejam conhecidos, faz-se necessária a sua publicação. Esse tipo de trabalho proporciona não só a ampliação de conhecimentos, como também a compreensão de certas questões. Os artigos científicos, por serem completos, permitem ao leitor, mediante a descrição da metodologia empregada, do processamento utilizado e dos resultados obtidos, repetir a experiência.

Segundo a NBR 6022 (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2003), que estabelece as regras para artigo em publicação periódica impressa, artigo científico é a parte de uma publicação com autoria declarada, que apresenta e discute ideias, métodos, técnicas, processos e resultados nas diversas áreas do conhecimento.

A norma reconhece dois tipos de artigos: artigo original, também chamado de científico, é aquele que apresenta temas ou abordagens próprias, geralmente relatando resultados de pesquisa; e artigo de revisão, em geral, resultado de pesquisa bibliográfica, caracteriza-se por analisar e discutir informações já publicadas.

Durante ou no final de curso de graduação e das disciplinas de pós-graduação, podemos exigir um artigo como produto final; já no processo de elaboração da dissertação ou da tese, são elaborados artigos no momento em que se estão escrevendo os capítulos destas.

Tais artigos, dependendo da apreciação do orientador, poderão ser encaminhados para avaliação em publicações periódicas. Antes de escrever e submeter um artigo à apreciação, o autor deve conhecer as normas de editoração de cada periódico ou revista. Quando não houver menção sobre normas específicas, é necessário seguir as recomendações constantes nas normas de cada instituição.

O objetivo principal de um artigo é o de ser uma maneira rápida e sucinta de divulgar, em revistas especializadas, a dúvida investigada, o referencial teórico utilizado (as teorias que serviram de base para orientar a pesquisa), a metodologia empregada, os resultados alcançados e as principais dificuldades encontradas no processo de pesquisa ou análise de uma questão.

 Koche (2007, p. 148-149) sugere a seguinte estrutura para redigir um artigo científico:

- identificação: contém o título do artigo; o nome do autor e sua qualificação (profissional e acadêmica: o que faz, local de trabalho e sua titulação acadêmica mais elevada);

- resumo e abstract: deve ser autoexplicativo, usando terceira pessoa do singular e dando preferência ao verbo na voz ativa, redigido em um único parágrafo formado de uma sequência coerente de frases concisas e não de uma enumeração de tópicos. A primeira frase deve ser significativa para explicar o tema do artigo. Para publicações em periódicos, o resumo deve ser apresentado também em idioma estrangeiro de grande divulgação, geralmente em inglês - abstract;

 - palavras-chave: termos (palavras ou frases curtas) que indicam o conteúdo do artigo em português e em idioma estrangeiro;

- artigo (corpo): contém as três partes redacionais de um trabalho científico: introdução, desenvolvimento e conclusão.

A introdução apresenta e delimita o tema ou o problema em estudo (o que), os objetivos (para que serviu o estudo), a metodologia usada no estudo (como) e que autores, obras ou teorias serviram de base teórica para construir a análise do problema.

No desenvolvimento (demonstração dos resultados), devemos fazer uma exposição e uma discussão das teorias que foram utilizadas para entender e esclarecer o problema, apresentando-as e relacionando-as com a dúvida investigada. Devemos, também, apresentar as conclusões alcançadas com as respectivas demonstrações dos argumentos teóricos e/ou resultados de provas experimentais que sustentam tais teorias.

A conclusão contém os comentários finais, avaliando o alcance e os limites do estudo desenvolvido. O corpo do artigo pode ser dividido em quantos itens forem necessários, de acordo com a natureza do trabalho elaborado.

- referências: listamos as referências pertinentes a todas as citações feitas, de acordo com as normas atuais da ABNT; - apêndices: materiais ilustrativos elaborados pelo próprio autor do artigo;

- anexos: materiais ilustrativos não elaborados pelo autor do artigo;

- data do artigo: se o artigo consistir numa comunicação apresentada em algum simpósio, congresso ou encontro, devem ser especificados o local e o nome do evento.

Tendo em vista que o artigo se caracteriza por ser um trabalho científico extremamente sucinto, é exigido, também, que tenha as qualidades: linguagem correta e precisa, coerência na argumentação, clareza na exposição das ideias, objetividade, concisão e fidelidade às fontes citadas.

O título igualmente merece atenção: precisa corresponder, de maneira adequada, ao conteúdo. Para que essas qualidades se manifestem, é necessário, principalmente, que o autor tenha um elevado conhecimento a respeito do que está escrevendo.

É importante destacar que o artigo tem a estrutura comum ao trabalho científico em geral, mas, quando relacionado aos resultados de uma pesquisa, deve destacar os objetivos, a fundamentação teórica e a metodologia utilizada, seguindo-se a análise dos dados envolvidos e as conclusões a que chegamos, completando com o registro das referências/ fontes bibliográficas e documentais.

Quanto à formatação técnica do texto, as revistas e os periódicos costumam estabelecer normas específicas para a publicação dos artigos, cabendo ao autor obter informações sobre elas antes de enviar seu trabalho à editoria.

 

 

 

Paper

O paper, position paper ou posicionamento pessoal é um pequeno texto (2 a 5 páginas) sobre um tema predeterminado. Paper consiste em um pequeno artigo científico ou texto elaborado para comunicação em congressos sobre determinado tema ou sobre os resultados de um projeto de pesquisa. Deve possuir a mesma estrutura formal de um artigo.

Paper é um documento que se baseia em pesquisa bibliográfica e em descobertas pessoais. Se o autor apenas compilou informações, sem fazer avaliações ou interpretações sobre elas, o produto de seu trabalho será um relatório. No paper, a elaboração consiste na discussão de um trabalho, relatório de pesquisa, artigos etc. Visa a incentivar o exercício da análise, da linguagem científica e o desenvolvimento da capacidade crítica e analítica.

Esse tipo de trabalho objetiva avaliar a capacidade do autor de expressar o entendimento do tema em discussão. Para a elaboração do paper, é preciso considerar critérios relacionados ao conteúdo e à forma. Os aspectos a serem considerados quanto ao conteúdo abrangem: leitura e exploração de materiais relacionados ao tema, tais como textos, artigos, registros ou anotações de palestras, filmes etc., a partir dos quais será desenvolvido o paper, e a elaboração de um roteiro ou esquema com as ideias principais.

O documento deve conter apresentação do assunto e propósitos do paper, destaque e discussão dos pontos mais relevantes, argumentação, ideias comuns ou contrárias de outros autores e síntese conclusiva.

Como todo trabalho acadêmico, o paper pode (ou mesmo deve) conter citações diretas e/ou indiretas que sustentem os argumentos do autor em relação ao tema em discussão. Além disso, deve apresentar em sua estrutura, de forma articulada, as etapas de introdução, desenvolvimento e conclusão. Isso significa que o texto é redigido sem divisões em subtítulos, deixando claro, entretanto, o encadeamento entre as ideias iniciais, a análise do assunto e as conclusões do seu autor. As referências utilizadas no trabalho devem ser apresentadas separadamente, ao final do texto, em tópico específico.

O paper difere de um relatório, sobretudo, porque esperamos de quem o escreve uma avaliação ou interpretação de fatos ou das informações que foram recolhidas. Num paper, é esperado o desenvolvimento de um ponto de vista acerca de um tema, uma tomada de posição definida e a expressão dos pensamentos de forma original.

O paper é: uma síntese de suas descobertas sobre um tema e seu julgamento, sua avaliação, interpretação sobre essas descobertas; um trabalho que deve apresentar originalidade quanto às ideias; um trabalho que deve reconhecer as fontes que foram utilizadas; um trabalho que mostra que o pesquisador é parte da comunidade acadêmica.

O paper não é: um resumo de um artigo ou livro (ou outra fonte); ideias de outras pessoas, repetidas não criticamente; uma série de citações, não importa se habilmente postas juntas; opinião pessoal não evidenciada, não demonstrada; cópia do trabalho de outra pessoa sem reconhecê-la, quer o trabalho seja ou não publicado, profissional ou amador: isso é plágio.

Para redigir um paper, escolha um assunto, estabeleça limites precisos para ele (delimitando o tema), eleja uma perspectiva sob a qual você tratará o tema. Em seguida, apresente o problema que resolverá e construa uma hipótese de trabalho (antecipação de uma resposta para o problema). Diga o objetivo de seu paper e desenvolva suas ideias apoiando-se em fontes dignas de crédito.

Após defender seu ponto de vista, demonstrá-lo e apresentar provas, conclua o paper. Uma bibliografia deve acompanhar o trabalho.

 

Ensaio

O trabalho científico pode ainda assumir a forma de ensaio. É uma exposição metódica dos estudos realizados e das conclusões originais a que chegamos após apurado exame de um assunto. Em nossos meios, esse tipo de trabalho é concebido como um estudo bem desenvolvido, formal, discursivo e concludente, consistindo em exposição lógica e reflexiva e em argumentação rigorosa com alto nível de interpretação e julgamento pessoal.

No ensaio há maior liberdade por parte do autor, no sentido de defender determinada posição, sem que tenha de se apoiar no rigoroso e objetivo aparato de documentação empírica e bibliográfica.

O ensaio não dispensa o rigor lógico e a coerência de argumentação e, por isso mesmo, exige grande informação cultural e muita maturidade intelectual. Além disso, o ensaio é problematizador, antidogmático e nele devem sobressair o espírito crítico do autor e a originalidade. Daí muitos dos grandes pensadores preferirem essa forma de trabalho para expor suas ideias científicas ou filosóficas.

 

Comunicações científicas

A comunicação científica é uma informação limitada pela sua extensão de acordo com as normas estabelecidas pelo local onde é apresentada (congressos, jornadas, sociedade científica, seminários, semanas de estudos e outros eventos científicos), na qual são expostos os resultados de uma pesquisa original, inédita e criativa, a ser posteriormente publicada em anais ou revistas científicas.

 A comunicação científica deve trazer informações científicas novas e atualizadas de um tema ou problema ou conter revisão crítica dos estudos realizados, mas não permite, devido à sua redação, que os leitores possam verificar tais informações: as notas simplesmente informam.

A comunicação é considerada um trabalho informativo devido ao tempo limitado do relato da informação em eventos científicos e também aos resultados da pesquisa que, muitas vezes, ainda está em andamento. A comunicação deve trazer informações científicas novas, com certa frequência, ser limitada em sua extensão, isto é, não ser longa. Em congressos, simpósios, encontros, semanas etc., geralmente é estipulado o tempo para o participante expor seu trabalho: de 10 a 20 minutos, depende da organização do evento.

Embora apresentada oralmente, a comunicação científica deve ser escrita, principalmente se o autor tiver em mente sua publicação. Mas não podemos prescindir de um plano.

Ao apresentar a comunicação, o pesquisador deverá enfatizar o que está estudando, os procedimentos metodológicos, formulando, de forma precisa, clara e simples, o tema investigado e a síntese completa das principais informações e/ou argumentos ao público para o qual faz a apresentação. Tendo em vista os princípios da comunicação, esta não precisa se deter muito em desenvolvimento analítico, o importante é apresentar a ideia, a teoria ou o experimento realizados de maneira bem-fundamentada.

Embora a comunicação científica seja predominantemente uma apresentação oral, pode o pesquisador pretender publicá-la sobre a forma escrita. Para tal, deve cuidar da linguagem, da forma e da estrutura de sua apresentação, exigindo um rigor metodológico e aparato técnico comuns a todo tipo de trabalho científico.

Conforme Lakatos e Marconi (2007), a comunicação científica deve levar em conta os aspectos: - finalidade: comunicar a outras pessoas os frutos de seu saber, de seu aprendizado, de sua atividade.

 Levar as pessoas a pensarem, fazendo-as perceber as coisas familiares de forma diferente, valendo-se de argumento para influenciar as mentes dos ouvintes;

- informações: apresentar determinados temas ou problemas originais, criativos, inéditos, a leitores ou ouvintes em geral, ou especializados; divulgar os últimos resultados das pesquisas científicas e/ou do desenvolvimento das ciências; é importante saber o que queremos comunicar, para quem, quando e onde;

 - estrutura: disposição do informe de acordo com os padrões internacionais estabelecidos para trabalhos científicos. Os assuntos podem divergir quanto ao conteúdo, ao material, mas não em relação ao aspecto formal;

- linguagem: a comunicação, como outro qualquer trabalho científico, exige rigor no uso da linguagem, obedecendo às normas básicas de conduta da redação. O significado das palavras empregadas no texto deve ser claro, preciso, não deixando margem a dúvidas.

As divergências relativas a palavras ou expressões com significados diferentes, com algumas teorias ou áreas científicas, devem ser esclarecidas, a fim de evitar erros de interpretação. É, pois, de suma importância a definição de alguns termos, dando a eles seu exato significado.

O processo de comunicação só será eficaz à medida que ajudar o leitor ou ouvinte a entender o que leu ou viu, a compreender aquilo que desejamos transmitir.

 Destacamos alguns requisitos básicos próprios da divulgação científica: - exatidão; - clareza; - simplicidade; - correção gramatical; - linguagem objetiva e estilo direto; - equilíbrio na disposição e no tamanho das partes; - emprego da linguagem técnica necessária, evitando o preciosismo e a pretensão; - apresentação dos recursos técnicos da redação, para que a apresentação atinja melhor seu fim.

A estrutura da comunicação abrange três partes organicamente unidas (LAKATOS; MARCONI, 2007), conforme descritas a seguir.

- Introdução: formulação clara e simples do tema da pesquisa. Apresentação do problema e ligeira referência a trabalhos anteriores, relacionados com ele. Inclui: justificativa, objetivos, delimitação, ângulo de abordagem e exposição precisa da ideia central. Tem por objetivo situar o leitor na questão e deixá-lo a par da importância e do método de abordagem.

 - Desenvolvimento: texto ou corpo do trabalho. Apresentação das informações e dos argumentos de forma detalhada. Consiste na fundamentação lógica do trabalho e tem por objetivo expor e demonstrar as principais ideias. A subdivisão do corpo da comunicação em itens e subitens permite ao leitor ou ouvinte melhor compreensão. É importante observar certo equilíbrio entre as frases, ou seja, longas intercaladas com curtas, para evitar o cansaço e favorecer a assimilação.

 - Conclusão: constitui a parte final do processo. Apresenta uma síntese completa dos resultados da pesquisa, o resumo das principais informações ou dos argumentos.

 

Pôster

Nesse tipo de apresentação, o assunto estudado ou pesquisado é estruturado na forma de um cartaz para determinadas sessões científicas. A sua apresentação é menos formal que a oral, usamos mais o meio visual e, consequentemente, para muitos é menos intimidatória. Além disso, o autor utiliza o tempo para o contato pessoal, com uso eficiente do recurso disponível.

O espaço para afixação do trabalho é preestabelecido pelos organizadores do evento. Ao identificar o evento de interesse do pesquisador, é enviado resumo científico correspondente ao tema pesquisado.

Se aprovado, as exigências normativas para sua confecção devem ser observadas, bem como o estilo e o tipo preferencial, conforme as seguintes especificações: - resuma o trabalho em frases/parágrafos que especifiquem objetivos, amostra, procedimentos metodológicos e conclusões; - inclua figuras, fotografias, tabelas, gráficos pertinentes; - o título deve ser escrito em letras maiores (3cm) e que sejam legíveis a uma distância de 1,20m. - os nomes dos autores devem estar próximos do título e com letras menores; - disponha o material escrito e o visual de forma sequencial, porém de maneira agradável, completa e concisa; - se necessário, recorra aos serviços de um especialista em artes gráficas para disposição das partes; de um especialista para a versão do que foi escrito na língua estrangeira exigida (quando necessário); lembre-se de que isso acarretará um custo maior para você; - utilize cores variadas, porém sem exagero; - avalie o seu pôster quanto às exigências do evento, no que se refere ao tamanho e à disposição das partes (geralmente ele deve ser preparado como “retrato” e não paisagem); - idealize a forma correta para o transporte. Existem à venda peças adequadas (do tipo canudo) para o transporte, se ele for inteiro e não dividido para cada parte do trabalho; - caso viaje, não coloque seu material em bagagem a ser despachada; seu pôster somente deve ser levado como bagagem de mão; - leve também material adequado para fixá-lo e em quantidade além da necessária, a fim de suprir eventualidades.

O pôster pode ser confeccionado nas seguintes especificações técnicas: artesanal e banner. Na forma artesanal, o trabalho é elaborado com o recurso de programas domésticos de informática, com o uso da impressão doméstica no formato paisagem, observando as especificações mencionadas anteriormente. Para impressão, convém utilizar papel A4 linho ou couchê (150/180g). A quantidade de folhas varia de acordo com as medidas fornecidas pelos organizadores do evento, por exemplo: 1 m2 = 12 folhas de papel A4.

Nas formas de banner ou pôster, as medidas também são determinadas por quem organiza o evento e, em geral, giram em torno de 0,9m de altura por 0,6m de largura; ou 1,00m x 1,20m, ou 0,90m x 1,20m, ou 1,20m x l,50m, conforme especificações técnicas. São impressos com o uso de impressora especial do tipo plotter e quase sempre utilizam recursos gráficos, objetivando aguçar o interesse do público-alvo.

Nesse caso, são confeccionados por profissionais autônomos de design e artes gráficas ou por meio de empresas especializadas. São diversos os materiais utilizados na sua confecção, variando desde plastificados até papéis especiais e laminados. Isso permite uma organização estética e criativa, que produz, no espectador, um impacto visual positivo. São transportados em embalagem especial (canudo plástico), encontrado com facilidade no mercado e, em muitos casos, a empresa ou o profissional que fez a montagem gráfica do trabalho já entrega o material (banner) acondicionado para o transporte.

No evento, basta pendurá-lo no local disponibilizado para exposição e comunicação da pesquisa. A apresentação pode ser informal (exposição do conteúdo) ou dialogada (arguição da pesquisa), na forma de perguntas proferidas pela comissão avaliadora.

O domínio do assunto está, quase sempre, relacionado ao recebimento ou não do certificado de participação. Em alguns eventos, os melhores pôsteres ou banners, com suas respectivas apresentações, são selecionados e, em muitos casos, premiados de diversas formas, inclusive em numerário. Quando isso não acontece, são distribuídos diplomas equivalentes.

A proposta de premiação ocorre da mesma forma para a comunicação oral. Nesse caso, a comissão avaliadora assiste à exposição da pesquisa e acompanha o debate entre o expositor e o público presente. Durante a realização do evento, convém verificar o dia e a hora definidos para montagem, apresentação e desmontagem do pôster. A avaliação deste pode ser verificada por meio do interesse dos frequentadores da sessão, do diálogo estabelecido com alguns interessados e, principalmente, pela disponibilidade do autor em informar e discutir o tema e a metodologia utilizada.

 

Informe científico

Caracteriza-se como relato escrito que divulga os resultados parciais ou totais de pesquisa. É o mais breve dos trabalhos científicos, pois se restringe à descrição dos resultados alcançados pela pesquisa ou os primeiros resultados de uma investigação em curso. É o mais sucinto dos trabalhos científicos e limita-se à descrição de resultados obtidos através da pesquisa de campo, de laboratório ou documental.

O informe consiste, pois, no relato das atividades de pesquisa desenvolvida e é imprescindível que seja compreendido e aproveitado. Deve estar redigido de maneira que possibilite a comprovação dos procedimentos, das técnicas e dos resultados obtidos, ou seja, para que a experiência realizada possa ser repetida pelo principiante que se interesse pela investigação.

 

 

8.                ESTRUTURA DO TRABALHO MONOGRÁFICO

 

De acordo com a NBR 14724 a estrutura de tese, dissertação ou de um trabalho acadêmico compreende: elementos pré-textuais, elementos textuais e elementos pós-textuais.

 

 

 

 

 

 

 

Estrutura

Elemento

 

 

 

 

 

 

 Pré-textuais

Capa (obrigatório)

Lombada (opcional)

Folha de rosto (obrigatório)

Errata (opcional)

Folha de aprovação (obrigatório)

Dedicatória(s) (opcional)

Agradecimento(s) (opcional)

Epígrafe (opcional)

Resumo na língua vernácula (obrigatório)

Resumo em língua estrangeira (obrigatório)

Lista de ilustrações (opcional)

Lista de tabelas (opcional)

Lista de abreviaturas e siglas (opcional)

Lista de símbolos (opcional)

Sumário (obrigatório)

 

Textuais

Introdução

Desenvolvimento

Conclusão

 

 

 

 

Pós-textuais

Referências (obrigatório)

Glossário (opcional)

Apêndice(s) (opcional)

Anexo(s) (opcional)

 Índice(s) (opcional)

 

Quadro 5 – Disposição de elementos da monografia.

 

 

 

 

1.                 TIPOS DE MONOGRAFIA

 

Há vários tipos de monografia, entre as quais, podem-se citar:

  • Monografias escolares - trabalhos de caráter didático, apresentados ao final de um curso específico, elaboradas por alunos iniciantes na autêntica monografia ou de “iniciação à pesquisa e como preparação de seminários” (Salvador, 1980, p. 32).
  • Trabalho de conclusão de curso de graduação - ao final da graduação, alguns cursos exigem a apresentação de um trabalho baseado, geralmente em fontes bibliográficas. Não é necessário ser muito extenso nem muito específico, mas deve ter clareza e encadeamento lógico.
  • Monografia de especialização
  • Monografia científica - trabalho científico apresentado ao final do curso de mestrado.

Estrutura da monografia

Os trabalhos científicos, em geral, apresentam a mesma estrutura: Introdução, desenvolvimento e conclusão.

Fonte: Bello, 2005, p. 35.

Elementos pré-textuais

  • Capa ou falsa folha de rosto - elemento obrigatório em que constam o nome da universidade (opcional), nome do autor, título, subtítulo (se houver), número de volumes (se houver mais de um), local (cidade) e ano do depósito; É importante ressaltar que a ABNT não determina a disposição destes dados na folha. Esta distribuição deve ser definida pelo professor ou pela Instituição, para uniformização de seus trabalhos acadêmicos.
  • Folha de Rosto - elemento obrigatório, em que devem aparecer as mesmas informações contidas na Capa, ou seja, as informações essenciais da origem do trabalho.
  • Folha de aprovação - obrigatório, deve conter o nome do autor, título (e subtítulo, se houver) do trabalho, natureza, objetivos, nome da instituição, área de concentração, data da aprovação, nome, titulação, assinatura dos componentes da banca e as instituições a que fazem parte.
  • Dedicatória - opcional, devendo ser breve e colocada à margem direita inferior da folha.
  • Agradecimentos - elemento opcional em que o autor agradece a todas as pessoas que contribuíram na elaboração do trabalho.
  • Epígrafe - opcional; citação direta escolhida pelo autor para destacar o trabalho. A localização fica a critério da estética do autor do trabalho. Deve vir acompanhada do nome do autor da frase. Podem estar localizadas também nas folhas de abertura das seções primárias.
  • Resumo em língua vernácula - elemento obrigatório em língua vernácula e em língua estrangeira (inglês, espanhol ou francês). Texto (e não tópicos) que represente um resumo conciso do trabalho. Não deve ultrapassar 500 palavras.
  • Lista(s) (figuras, tabelas, siglas, símbolos e abreviatura) - item opcional que deve ser apresentado na ordem em que aparece no trabalho, com o nome da ilustração e a página onde se encontra. Caso haja mais de um tipo pode ser apresentado separadamente (fotografias, gráficos, tabelas etc.).
  • Sumário - item obrigatório, consiste na enumeração das principais divisões, seções e outras partes de um documento, na mesma ordem em que a matéria nele se sucede.

O título de cada seção deve ser datilografado com o mesmo tipo de letra em que aparece no corpo do texto. A indicação das páginas localiza-se à direita de cada seção.

Elementos textuais

  • Introdução - formulação clara e simples do tema investigado, a apresentação sintética da questão, justificativa, objeto e objetivos, importância da metodologia utilizada e rápida referência a trabalhos anteriores realizados sobre o mesmo assunto.
  • Desenvolvimento - fundamentação lógica do trabalho de pesquisa, cuja finalidade é expor e demonstrar as idéias principais. É a parte onde toda a pesquisa é apresentada e desenvolvida. O texto deve expor um raciocínio lógico, ser bem estruturado, com o uso de uma linguagem simples, clara e objetiva. No desenvolvimento devem constar:
  • Explicação - apresentar o sentido de uma noção, analisar e compreender, procurando suprimir o ambíguo ou obscuro.
  • Discussão - exame, argumentação, fundamentação e enunciação das proposições.
  • Demonstração - é a dedução lógica do trabalho, implica o exercício de raciocínio e seqüência lógica.
  • Conclusão - resumo completo, mas sintetizado, da argumentação dos dados e dos exemplos constantes das duas primeiras partes do trabalho. O autor avalia os resultados obtidos e propondo soluções e aplicações práticas.

Elementos pós-textuais

  • Referências - item obrigatório, devendo ser organizadas segundo a norma da Instituição. Representam o conjunto de indicações que possibilitam a identificação de documentos, publicações, no todo ou em parte.
  • Anexos (se achar necessário) - compreendem o material elaborado por terceiros, que devem ser identificado por letras maiúsculas consecutivas, travessão e respectivos títulos.
  • Apêndices - materiais suplementares elaborados pelo autor.
  • Glossário - item opcional que consiste na explicação dos termos técnicos, verbetes ou expressões que constam do texto.
  • Índice(s) - elemento opcional que contém a relação detalhada dos assuntos, nomes, pessoas etc. observando a ordem alfabética acompanhados das páginas em que são comentados dentro do trabalho.

Normas para indicação de referência

Por referência entende-se “o conjunto padronizado de elementos descritivos, retirados de um documento, que permite sua identificação individual” (NBR 6023, p. 2), determinada por meio de normatização.

O principal padrão internacional que orienta a elaboração de documentos é a Norma ISO-690. A partir da International Standardization Organization (ISO) outros países criaram seus próprios órgãos normativos.

No Brasil, a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) é a responsável por adaptar, criar e comercializar as normas nacionais. Fundada em 1940, além de representante da ISO e da Associação Mercosul de Normalização - AMN, a ABNT está organizada em Comitês Brasileiros e Organismos de Normalização Setorial, sendo que estes Comitês e Organismos são orientados para atender ao desenvolvimento da tecnologia e a participação efetiva na normalização internacional e regional. As normas de documentação são estabelecidas pelo Comitê Brasileiro da área de Bancos, Técnico da ABNT (CB -14 Bancos, Seguros e Documentação) e servem como ferramentas de apoio e padronização na elaboração de trabalhos acadêmicos.

A NBR-10520, de acordo com a ABNT, trata especificamente da elaboração de citações bibliográficas e a última revisão aconteceu em agosto de 2002.

A Associação reformulou a NBR-10520, e ela é a norma regida atualmente para padronização dos trabalhos acadêmicos e técnico-científicos. A partir daí, diversas publicações que abordam a metodologia do trabalho científico foram revisadas e algumas ainda permanecem com a normalizada antiga da ABNT.

O texto acadêmico deve ser apresentado em papel branco, formato A4 (21,0 cm x 29,7 cm); Somente o anverso da folha deve ser utilizado. A fonte deve ter o tamanho 12 para o texto e 10 para as citações longas, resumo e notas de rodapé.

Para uma apresentação estética do trabalho, as margens devem ser respeitadas: esquerda e superior de 3,0 cm e direita e inferior de 2,0 cm; o espaçamento de 1,5 de entrelinhas, exceto citações e notas de rodapé. As citações que ultrapassam três linhas são escritas em outro parágrafo, em fonte menor.

Os títulos das seções devem ser separados do texto que os precedem ou que os sucedem com um espaço duplo ou dois espaços simples. Fonte Arial 12, em negrito. O texto deve ser digitado com 1,5 de entrelinhas. Fonte Arial 12, espaçamento “antes 6pt e depois 6 pt”.

As notas de rodapé são indicações ao pé das páginas, podendo ser de referência ou de conteúdo. Devem ser digitadas dentro das margens, ficando separadas do texto por um espaço simples de entrelinhas e por um filete de 3,0 cm, a partir da margem.

 

Indicativos de seção

O número da seção deve estar antes do título e à esquerda, separado por um espaço de caractere, obedecendo à ordem crescente. Os títulos, sem indicativos numéricos, devem ser apenas centralizados, como lista de ilustrações, resumo, referências e outros.

 

Citações

Citação é a menção, no texto, de uma informação obtida em outra fonte. De acordo com a ABNT (NBR 10520), as formas de citações mais conhecidas são:

  • Citação direta - literais ou textuais: transcrição textual de parte da obra do autor consultado;
  • Citação indireta - texto baseado na obra do autor consultado;
  • Citação de citação - citação direta ou indireta de um texto em que não se teve acesso ao original;
  • Notas de referência - indicam fontes consultadas ou remetem a outras partes onde o assunto foi abordado;
  • Notas de rodapé - indicações, observações ou aditamentos ao texto feitos pelo, tradutor ou editor, podendo também aparecer na margem esquerda ou direita da mancha gráfica;
  • Notas explicativas - notas usadas para comentários, esclarecimentos ou explanações, que não podem ser incluídos no texto.

As citações podem aparecer no próprio texto ou nas notas de rodapé. As citações são mencionadas no texto com a finalidade de esclarecer ou completar as ideias do autor, ilustrando e sustentando afirmações. Toda documentação consultada deve ser obrigatoriamente citada em decorrência aos direitos autorais. Vejamos algumas:

  • A citação direta curta, isto é, com menos de 3 linhas, deve ser feita na continuação do texto, entre aspas.
  • Se a citação for longa (com 3 linhas ou mais), as margens devem ser recuadas à direita em 4 cm, em espaço um (1), com a letra menor que a utilizada no texto e sem aspas.
  • As supressões [...], interpolações, acréscimos ou comentários [ ], ênfase ou destaque (grifo, negrito ou itálico) devem ser indicadas.
  • Se os dados forem obtidos por informação verbal (palestras, debates, comunicações etc.), deve-se indicar entre parênteses a expressão (informação verbal), mencionando-se os dados disponíveis em nota de rodapé.

No caso da citação feita por outro pesquisador, cita-se o nome do autor do documento não consultado, seguido das expressões apud ou “citado por”, “conforme”, “segundo” e, em seguida, o sobrenome do autor do documento consultado, seguido da data de publicação.

Nas citações indiretas, o texto é baseado na obra do autor consultado, podendo ser usada a paráfrase.

A citação pode vir logo após o texto, no rodapé da página onde aparece a citação ou no final de cada parte ou capítulo. Se vier em rodapé, coloca-se um número ou um asterisco sobrescrito que deverá ser repetido no rodapé da página. As citações colocadas em forma de notas no final do capítulo devem ser numeradas em ordem crescente. Todas as citações aparecem no final do trabalho listadas em ordem numérica crescente, no todo ou por capítulo.

Referências

Por referência entende-se um conjunto de elementos que permitem a representação e identificação dos documentos citados no trabalho ou, conforme a NBR 6023, p. 2, é o “o conjunto padronizado de elementos descritivos, retirados de um documento, que permite sua identificação individual”, determinada por meio de normatização.

As referências possuem elementos essenciais (indispensáveis à identificação do documento) e complementares (permitem melhor caracterização dos documentos). As informações essenciais à identificação das fontes consultadas e utilizadas em pesquisas e elaboração de trabalhos acadêmicos devem ser retiradas da folha de rosto ou da ficha catalográfica e agrupadas de maneira padronizada. São essenciais AUTORIA, título: subtítulo (se houver). Edição. Local: Editora, ano.

Os elementos complementares são: AUTORIA, título: subtítulo (se houver). Organização. Tradução. Edição. Local: Editora, ano. Total de páginas. Tradução de: Título original. ISBN.

  • Toda referência deve ser datada com algarismos arábicos.
  • O alinhamento deve ser feito à margem esquerda do texto e de forma a identificar cada documento.
  • Materiais consultados e sem autoria, cujo elemento de entrada é o próprio título, devem ser destacados pelo uso de letras maiúsculas na primeira palavra (com exceção de artigos).

A seguir, são apresentados alguns procedimentos para referenciar livros e artigos publicados em periódicos:

  1. a) Livro de um único autor
  2. b) Livros até com três autores
  3. c) Livros com mais de três autores
  4. d) Livros com vários autores com um organizador
  5. e) Tese ou dissertação
  6. f) Artigo ou revista assinado

RUDIO, F. V. Introdução ao Projeto de Pesquisa Científica. Ed. Vozes. São Paulo, 1996.

CERVO, Amado Luiz; BERVIAN, Pedro Alcino. Metodologia científica. 5.ed. São Paulo, SP: Pearson Pretice Hall, 2002.

FERNANDES, Florestan (Org.) Comunidade e sociedade no Brasil: leituras basicas de introdução ao estudo macro e sociológico no Brasil. São Paulo: Nacional/Edusp, 1972.

NASCIMENTO, Eloy Lago; MOURA, Gercinaldo; AZEVEDO, Sérgio L. M. de. et. all.Manual de Normalização e Normas Técnicas da FASETE. Paulo Afonso-BA: 2005.

RIBEIRO, Maria das Graças Carvalho. Uma abordagem semântico-discursiva de estruturas nominais em -mente em discursos orais dialogados, Tese (Doutorado em Linguística) - Pós-Graduação em Letras e Linguística. Recife-PE: UFPE. 2003.

DEMO, Pedro. A sociologia crítica e a educação: contribuições das ciências sociais para a educação. Rev. Em Aberto, Brasília: ano 9, n. 46. 1990

MOURA, Gevilasio A. C. de. Citações e referências de documentos eletrônicos (on line). Recife: jun. 1996. Disponível em [3 mar 1997].

9.                CONSIDERAÇÕES FINAIS

 

Pretendeu-se neste trabalho proporcionar, de forma muito sintética, mas objetiva e estruturante, uma familiarização com os principais cuidados a ter na escrita de um trabalho científico. Para satisfazer este objetivo, optou-se por uma descrição sequencial dos componentes típicos de um documento desta natureza. O resultado obtido satisfaz os requisitos de objetividade e pequena dimensão que pretendia atingir. Ele também constituirá um auxiliar útil, de referência frequente para que o leitor pretenda construir a sua competência na escrita de artigos científicos. Faz-se notar, todavia, que ninguém se pode considerar perfeito neste tipo de tarefa, pois a arte de escrever artigos científicos constrói-se no dia-a-dia, através da experiência e da cultura.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Bibliografia

 

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6023: informação e documentação: referências: elaboração. Rio de Janeiro, 2002.

 

              . NBR 10520: informação e documentação: citações em documentos: apresentação. Rio de Janeiro, 2002.

 

              . NBR 14724: informação e documentação: trabalhos acadêmicos: apresentação. Rio de Janeiro, 2005.

 

CERVO, A. L.; BERVIAN, P. A. Metodologia científica. 3ª ed. São Paulo: McGraw-Hill do Brasil, 1993.

 

FRANÇA, Júnia Lessa et alii. Manual para normalização de publicações técnico-científicas. 6ª ed., rev. e aum.,  Belo Horizonte: Ed. da UFMG, 2003.

MARCONI, M. A.; LAKATOS, E. M. Metodologia do trabalho científico. 5ª ed. São Paulo: Atlas,2001.

 

PINTO, Alice Regina et al. Manual de normalização de trabalhos acadêmicos. Viçosa, MG, 2011. 70 p. Disponível em:. Acesso em: data de acesso.

 

SEVERINO,  A.  J.  Metodologia  do  trabalho científico. 23ª ed. São Paulo: Cortez, 2008.

 

 

 

 

[1] Contudo nem todos os tipos de investigação necessitam da elaboração de hipóteses, que podem ser substituídas pelas “questões a investigar”.